sábado, 21 de maio de 2016

Pessoas difíceis

Henry Fuseli, O pesadelo

“…nos indivíduos neuróticos, por exemplo, muitas vezes não se sabe se estamos diante de uma atitude consciente ou inconsciente, uma vez que devido à dissociação de personalidade, ora aparece uma metade, ora outra, confundindo o nosso julgamento. Por essa razão é tão difícil conviver com pessoas neuróticas.”
C.G. Jung Estudos sobre a psicologia analítica

Acho muito relevante considerarmos que as pessoas difíceis são aquelas que não se dão conta que os seus pensamentos e sentimentos face a acontecimentos passados, são revividos no presente, de um modo mágico e animista, desenquadrados do contexto “… (estas atitudes inconscientes) são de outro universo e funcionam de acordo com uma outra lógica. É como se existisse dentro de nós um teatro, no qual vai decorrendo uma peça onde entram e saem personagens bizarras, que se relacionam entre si, de uma maneira diferente daquela que estamos habituados ou que conhecemos conscientemente” (Frederico Pereira), que na relação com um interlocutor na vida real, podem, ao ser despertadas, desumanizá-lo e agredi-lo.
Estas personagens coabitam no mesmo individuo, com outras, racionais e lógicas, sem que ele consiga através destas, tomar consciência do seu interior psíquico - dissociação de personalidade - e, dominar os seus "demónios."


domingo, 15 de maio de 2016


The Big SleepThe scene where Martha Vickers tries to sit in Humphrey Bogart's lap while he's standing up

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Freud: "Esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer"

Joaquín Sorolla y Bastida, The Bath, Jávea, 1905

Assinala-se hoje o 160º aniversário de Sigmund Freud.

Procurar na vida  "não estar mal" que é diferente do "querer estar bem":
"Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas pulsões naturais é que faz de nós seres tão refinados. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer."
Sigmund Freud, in 'Correspondência (1883)